A decisão pela medicina não aconteceu na minha vida como ocorre com grande parte dos colegas de profissão.
Não tenho médicos na família, sou filho de um agricultor e de uma funcionária pública da área educacional.
A decisão pela medicina não aconteceu na minha vida como ocorre com grande parte dos colegas de profissão. Não tenho médicos na família. Sou filho de um agricultor e de uma funcionária pública da área educacional. Nasci na cidade de Apucarana, no Paraná, e até os 10 anos de idade morei no sítio. Viemos para a cidade porque eu teria que estudar de manhã e não havia ônibus disponível. Meu irmão e eu conseguimos bolsas em um colégio particular e meu pai cuidava da horta para complementar os pagamentos. Sempre fui muito envolvido com a comunidade e me via trabalhando com gente, mas não tinha certeza da profissão. Ainda criança, minha mãe foi acometida por um câncer e eu acompanhei todo o tratamento. O processo de cuidado por parte dos médicos me marcou muito. Entendo que aquele foi o primeiro sinal, de vários que fui recebendo ao longo dos anos. Já no ensino médio, tive um professor de química médico, que me incentivou muito a seguir a carreira. Muitas pessoas me diziam que me viam como médico, mas o sinal mais evidente aconteceu durante uma missa, no dia 18 de outubro (Dia do Médico), quando recebi um tercinho de uma senhora me dizendo que eu poderia vir a ser um médico também. Tudo acabou me influenciando e a decisão aconteceu de forma natural.
Minha jornada começou com a aprovação na Universidade Federal do Paraná e a mudança para Curitiba. Quando iniciei o estágio no Hospital Erasto Gaertner, passei por várias fases, desde instrumentação até atendimento de intercorrências. Foram mais de 1.500 horas de estágio. Também fiz 500 horas de estágio voluntário no Hospital do Trabalhador. Naquele período decidi que queria ser cirurgião. Depois de formado, me voluntariei e passei um ano servindo o exército. Trabalhei no 14 Regimento de Cavalaria Mecanizado e no Hospital regional Terezinha Gaio Basso. Realizei 2 anos de residência em cirurgia geral no Hospital Cajuru, onde fui contratado e fiquei trabalhando como emergencista cirúrgico. Não consigo nem contabilizar as horas que passei dentro do centro cirúrgico, mas cada minuto em cirurgia só reforçava que minha decisão tinha sido correta. A adrenalina de salvar uma vida e de amenizar a dor das pessoas é a maior realização de um médico. Já em 2017, iniciei a residência em Coloproctologia no Evangélico-Mackenzie, em Curitiba. Ingressei no serviço de endoscopia do Mackenzie e me tornei preceptor da Coloproctologia e do ambulatório de doenças inflamatórias intestinais. No final de 2019, fui convidado para ser preceptor da residência do Hospital Santa Rita, de Maringá, e compor a equipe da Proctogastro. Com a mudança, também assumi a disciplina de pequenas cirurgias para o curso de medicina da Unicesumar. A possibilidade de trazer inovação e novos recursos para a área de Coloproctologia em nossa região é o que mais me motiva, por isso estou constantemente em formação, buscando o padrão ouro de cada tratamento.
Minha missão é resolver o problema do cliente e perceber que por meio do meu conhecimento posso fazer a diferença na vida das pessoas. Entendo que trabalhar com propósito tem muito a ver com o quanto você se vê realizando determinado trabalho e eu me vejo fazendo o que faço por muito anos, sempre pautado nas palavras de Hipócrates: “curar quando possível, aliviar frequentemente, consolar sempre”.